Por TAYNARA MAGAROTTO
SÃO PAULO - O programa “Xou da Xuxa” foi um grande sucesso na década de 1980 e marcou de todas as formas a infância e adolescência de muita gente no Brasil e internacionalmente. Xuxa é, até hoje, considerada a "Rainha dos Baixinhos" e, na época, tinha um time da pesada que a acompanhava no palco “mágico” da atração global.
Além das Paquitas, o público era agradado com um time de garotos que arrancavam suspiros femininos. Mas, não eram apenas rostos bonitinhos, não. Os Paquitos, de gravatas borboletas e calças de cintura alta, chegaram ao programa e arrasaram como o quinteto mostrando que tinham talento: Cláudio Heinrich, Alexandre Canhoni, Robson Barros, Marcelo Faustini e Egon Júnior.
Logo de cara, o Famosidades quis saber como Marcelo Faustini foi parar no “Xou da Xuxa”, e ele reviveu tudo o que passou. “Nossa, faz tanto tempo... [risos]. Eu namorava uma menina que morava em frente ao Teatro Fênix [no Rio de Janeiro]. Todo dia eu passava sempre pelo Jardim Botânico para poder voltar para o Leblon e era perto de onde a produção do programa ficava. Teve um dia que eu parei na banca de jornal e uma moça disse: ‘Pô, você tem cara de paquito’. Aí eu disse: ‘Como? E o que seria isso?’. Aí ela me explicou que além das paquitas, ia ter os paquitos no programa”, lembrou.
“Bom, eu não tinha intenção nenhuma de entrar na TV, tinha 16 para 17 anos, e pensava em fazer engenharia eletrônica... Mas, o povo da TV acha que você tem de falar‘Amém’ para tudo. Eu não fiz muita questão, não, mas a moça me chamou para ir à gravação do ‘Xou da Xuxa’ e eu aceitei, sem pretensões”, contou.
Logo que entrou no estúdio de gravação da atração de maior sucesso de Xuxa Meneghel, Marcelo contou que se animou com tudo: “Pensei que seria maravilhoso trabalhar com aquela mulherada bonita e ganhando dinheiro [risos]”. Depois de conhecer um pouco melhor, Marcelo Faustini contou a novidade aos seus pais, que logo de cara o apoiaram. O fotógrafo Marcelo Faustini – que é primo de segundo grau do ex-paquito – foi o responsável pelos primeiros cliques artísticos, até então, do futuro paquito.
E não é que Xuxa Meneghel gostou do loiro?! Faustini lembrou que Marlene Mattos não foi muito com a cara dele, não, e o achou muito tímido para ser uma das estrelas do time dos Paquitos. "Mas Xuxa foi quem bateu o pé.”
E por falar em timidez, o ex-paquito admitiu ao Famosidades que o problema de se soltar facilmente dificultou as coisas em sua carreira de ator e cantor: “Me sentia muito incomodado na TV. Até hoje muitas coisas me deixam encabulado... O ator não pode ter nada de timidez”.
Mesmo tímido, Marcelo seguiu com os colegas de elenco dos Paquitos e chegou às telonas. E apesar dos filmes ao lado de Xuxa, dos programas na TV Globo e dos shows por todo o Brasil, o grupo tão famoso e querido do final da década de 1990 acabou em 1993. Para Marcelo Faustini, teve uma pessoa “responsável” por isso.
“Os garotos eram muito unidos. O único afastado era o Alexandre. O grupo acabou caindo por causa dele, porque ele era indisciplinado e não levava a sério as ameaças da Marlene. Nem chegamos a fazer o segundo disco... Na verdade, o foco era a Xuxa. As paquitas ficavam com ela, mas a gente ficava viajando para fazer show”, disparou.
Depois do final dos Paquitos, Marcelo Faustini até tocou por um tempo suas carreiras artísticas, a atuação e o canto – suas verdadeiras paixões até hoje. “Fiz mais participações, fiquei no elenco de apoio... Nunca tive uma coisa muito legal, não. De mais destaque eu fiz a novela ‘Estrela de Fogo’, na Record, em 1998.”
Porém, a vida de Marcelo praticamente o obrigou a dar uma pausa. Em 1995, a mãe do carioca teve câncer de pâncreas, e faleceu muito rápido, o que fez que ele deixasse um pouco de lado seus sonhos e carreira. “A morte dela foi uma porrada! Com isso, resolvi ir para Nova York para passar uns 15 dias por lá. Porém, acabou virando quatro meses, e esses meses se tornaram dois anos de idas e vindas para lá”, disse.
Após fazer teatro nos Estados Unidos, o ex-paquito voltou para o Brasil em 2008, morou em São Paulo e decidiu investir em um mercado totalmente diferente daquele que ele estava acostumado: fez uma sociedade com uma marca de óculos escuros.
Sem ser compositor, Marcelo admite que as coisas não são tão fáceis como parecem no meio artístico. Por isso, ele tem, digamos, uma carta na manga. Agora, o ex-paquito está prestes a lançar sua própria marca de óculos escuros: “Desenvolvi uma marca nova, e vou ver se alguns familiares vão me ajudar a tocar isso”.
E já que o ex-paquito quer voltar a tocar as carreiras no mundo da arte, ele deve estar preparado para o assédio, não?! Admitindo que sente falta do carinho em massa dos fãs hoje, Marcelo também desabafou que não gostava muito disso no passado.
“Quando a gente está no auge do sucesso, [o assédio] é muito chato. Na verdade, alguns momentos são chatos. No restaurante, por exemplo, que as pessoas não entendiam que você estava mastigando, ocupado, e queriam que tirasse foto do mesmo jeito. Se eu não aceitasse fotografar enquanto estava comendo, seria taxado de metido. É uma relação muito difícil. A gente sente falta. O fanatismo é uma coisa muito louca.”
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