Ao se tornar a morena mais badalada do momento, Xuxa Meneghel (49) surpreendeu o público com sua atitude ousada. O tempo dado aos fios loiros, que marcaram sua carreira de quase três décadas na TV e foram bastante copiados, prova a capacidade de se reinventar. “Com tantos anos no ar, imagino que muita gente já estava enjoada da minha cara. Nem eu me aguentava mais! É bom ter coragem de mudar, a mesmice é chata. Espero que incentive muitas mulheres a se renovarem”, disse a estrela, que recebeu CARAS com exclusividade em sua casa, no Rio.
Mas a decisão ganhou força por um motivo bem especial: um sonho da mãe, Alda (75). E ela conseguiu realizá-lo com o convite para ser a nova garota-propaganda da marca de tintura Koleston, da Wella. “No momento em que encontrei pessoas que me deixaram segura, o que mais me moveu foi esse desejo da minha mãe de ter um filho com o cabelinho escuro, como o dela. Eu e meus quatro irmãos sempre fomos loirinhos, parecidos com nosso pai. Agora, ‘nasceu’ a filha morena que tanto queria”, explicou Xuxa, demonstrando todo seu carinho com a mãe, que sofre de mal de Parkinson e se recupera de uma cirurgia feita no cérebro há cerca de três meses, na Argentina.
A transformação ainda fez com que a estrela tornasse realidade uma vontade da infância, quando pedia para ter os cabelos pretos da Branca de Neve. A felicidade com a mudança também traduz a atual fase dela de se sentir bem com o corpo. Xuxa emagreceu 10 quilos desde o início do ano: está com 60kg em 1,77m. Na entrevista, a apresentadora, que não assume um novo romance desde o fim da relação com Luciano Szafir (43), em 2009, pai de sua filha, Sasha (14), fala ainda sobre amor, fãs e fama.
– Como é ser morena?
– Estou adorando a reação das pessoas. Algumas olham e, de início, não me reconhecem. Até eu passo por mim mesma e me cumprimento. Quando acontece uma mudança assim, a gente se sente diferente. Estou muito feliz. Só tenho receio de ficar viciada. A tinta dura seis semanas, daí decido se volto a ser loira, se fico ruiva...
– Dizem que os homens olham primeiro para as loiras. Acredita mesmo nisso?
– Depende. Tem aqueles que preferem as morenas. Estou vivendo essa experiência...
– Você já disse enxergar as relações como ‘cheias de falsidade’. Desacreditou no amor?
– Hoje estou com as antenas mais ligadas. Com quase 50 anos, não tenho mais a intenção de encontrar um príncipe encantado.
– Como dona Alda reagiu ao ver o seu novo visual?
– Ela ficou passando a mão no meu cabelo, beijava. Vi aquele olhar brilhando. Foi uma felicidade imensa. Todos sabem o quanto a amo. Sempre digo que Sasha é o meu ar e a mãe, meu porto seguro, meu chão. Sem ela, fico perdida.
– Como sua mãe vem se recuperando da cirurgia?
– Aos poucos, tem voltado a fazer os trabalhos manuais, mas ainda precisa de muitas sessões de fisioterapia e fonoaudiologia. Tudo está indo no tempo certo.
– Quais as atitudes dela que você até hoje não esquece?
– Muitas. Lembro de uma vez, na minha adolescência, quando eu precisava sair e só tinha um jeans. Nesse dia, minha calça tinha sido lavada e ainda estava úmida. Sabe o que ela fez? Tirou a dela e disse: ‘Pode colocar, filha’. Então, é o tipo de pessoa que, se precisar, deixa de comer, de se vestir, de viver pelos filhos. Ela é especial.
– E Sasha curtiu o novo look?
– Ela está bastante feliz. Além de amar muito a avó, o sonho dela é pintar o cabelo de ruivo. Então, acho que, agora, como eu fiz, vai querer mudar também. Ela diz: ‘Não quero ser igual nem à minha mãe nem ao meu pai’.
– Acha que sua transformação pode encorajar outras pessoas?
– Acredito que seja um incentivo. Acordar com um corte, uma cor de cabelo diferente, poder fazer um regime, isso renova. E reflete no trabalho, no dia a dia. Olhar-se no espelho e gostar do que está vendo é o principal. É necessário se desafiar de vez em quando, não ficar no seu canto, quietinha.
– E a história de que você nunca se achou bonita é verdade?
– Lindas para mim são as morenas Demi Moore e Luiza Brunet. Também adoro as mulatas com cabelos encaracolados, a cor de pele que não precisa de sol. Mas é questão de gosto. Nunca fui o tipo de mulher que eu acho bonita. O bom é que pude mudar agora.
– Com quase 30 anos de TV, como acha que você é vista?
– O público que cresceu acompanhando meu trabalho me enxerga como se eu fosse intocável, os fãs chegam chorando quando me veem. Já as crianças logo me agarram, me abraçam. No geral, todos me olham com bastante carinho. Obviamente, há aqueles que, por algum motivo, não gostam de mim e eu os respeito. Acho até legal, porque dá um certo equilíbrio. Ia ser muito doido ser amada, idolatrada 100%. Isso realmente não existe. Se fosse assim, provavelmente eu ia ficar batendo pino.