A revista QUEM desta semana traz uma entrevista com a apresentadora Xuxa. Pessoalmente e sem nenhuma maquiagem, a apresentadora, que completa 49 anos na terça-feira (27), é ainda mais bonita. Mas logo diz que “envelhecer na TV é difícil”. Sem rodeios e de maneira franca, Xuxa respondeu aos leitores de QUEM, que enviaram perguntas ao site da revista, e falou de tudo: família, carreira e sobre o que mais lhe chama a atenção em um homem. Leia os melhores trechos do bate-papo a seguir:
Há 26 anos, você lançou um livro de sua autoria chamado Só. Não pensa em dar continuidade à obra no mercado infantil?
Manoel Antêmio Vasconcelos, Bezerros (PE)
Xuxa: Escrevi quando ainda era modelo e fui para Nova York. O livro Só foi um momento. Estava lá, sozinha. Era o que eu estava passando. E escrevi. Tanto que a personagem se chama Sayonara Soraya, com o apelido Só. Coloquei esse nome, pois minha mãe queria colocar meu nome de Morgana Sayonara. Mas fiz o livro de bobeira, brincadeira. Não sou escritora.
Como era ser modelo brasileira fora do país naquela época (os anos 80)?
Marta Peixoto, São Paulo (SP)
Marta Peixoto, São Paulo (SP)
X: Pela primeira vez fui viver longe da minha casa. Não dava para ficar ligando para minha mãe, era muito caro. Nem tinha celular. Ficava gravando fitas cassete quase como se fosse um diário. Eu chorava, dizia a saudade que tinha da mãe, do (cachorro) Xuxo. Era tão difícil. E ainda fui roubada. Como eu só andava de bicicleta, me levaram três delas, acredita? As pessoas diziam: “Que corpo você tem!”. Mas é claro! Eu só andava de bicicleta, o dia inteiro, para todo lugar que ia! Era músculo puro (risos). Quando voltei, a mãe disse que estava com saudade e perguntou: “Como foi tudo?”. Eu dei as fitas para ela e falei: “Toma, quando a senhora tiver tempo, escuta isso!” (risos).
Como foi a transição de modelo para apresentadora infantil?
Fábio Felipe, Belo Horizonte (MG)
Fábio Felipe, Belo Horizonte (MG)
X: Eu e Luiza (Brunet) éramos as tops daqui na época. E fui para Nova York bater de agência em agência, tentar a vida lá. Depois de três meses, queriam que eu fosse para a Itália e a França. Aí, surgiu a oportunidade de trabalhar na TV do Brasil e eu disse: “Estou voltando!”. Nas primeiras semanas, ainda passava de segunda a sexta-feira em Nova York e vinha para a Manchete no sábado e domingo para gravar os programas. Fiz isso por um tempo, mas comecei a gostar mais de trabalhar com criança do que na moda.
Você já teve uma rotina menos glamourosa antes da fama?
Você já teve uma rotina menos glamourosa antes da fama?
Sandra Clara Pereira, Salvador (BA)
X:Ah, nessa época de modelo eu é que fazia tudo. Era assim: de segunda a sexta-feira, nem arrumava o apartamento (risos). Não dava tempo. No sábado, botava tudo pra baixo. Limpava tudo, lavava roupas. Imagina o que não era um apartamento pequeno, quarto e sala, todo bagunçado a semana toda. Era um horror (risos)! Às vezes, fotografava com uma Polaroid e mandava para a mãe ver a bagunça. Ela dizia: “Minha filha, não te ensinei isso!”. Mas era limpar ou dormir! Fora a comida que eu tinha que comer. Era eu que fazia, então, fiquei com 54 quilos (risos)! Foi a época em que fiquei mais magra.
Você já ficou com um anônimo? E o que te atrai em um homem?
Sabrina Raquele Barbosaibuls, Cuiabá (MT)
X: Óbvio que sim! Claro que já fiquei com anônimos. E o que me chama a atenção em um homem é ele ser moreno. Gosto de homens mulatos ou negros. E altos. Isso me chama a atenção para olhar, como beleza. Agora, para ficar, para eu me interessar, tem que dar um estalo. Já conheci uma pessoa que eu não achava bonita, mas que se mostrou tão especial! Um tempo atrás, quando ia sair com um cara, ele me disse: “Hoje, não posso, tenho que ficar com minha filha”. Eu achei isso o máximo! O cara não ia sair comigo para cuidar da filha dele! Olha que cara demais! Gostar de bicho e de criança é importante. E ser verdadeiro, sabe? E, se tiver um sorriso bonito, um cheiro gostoso e bom humor, é lucro! Mas, se for só a estampa, eu só olho e pronto. Tanto que, se você vir os meus namorados, todos eles têm biótipos muito diferentes. Uma vez, quando ainda namorava o Luciano (Szafir), eu estava no carro e passou um negão correndo, eu olhei pelo retrovisor e o Luciano disse: “Eu sabia que você ia olhar!”. Mas o que tem olhar? Eu achei o cara bonito de frente e fui ver se ele era bonito de costas (risos)! Não acho ruim olhar uma pessoa bonita.
Algum dia, mesmo na infância, já sonhou em se casar?
Margaret de Moura Lima, Rio de Janeiro (RJ)
X: Quando eu era pequenininha, devia ter uns 5 anos, em Santa Rosa, eu falava: “Eu não vou casar”. Não sei explicar o motivo. Talvez, se realmente existirem outras vidas, ou eu casei muito ou tive muitas decepções. Casar é contra minha essência! Se as pessoas querem se casar, que sejam felizes. Mas eu tenho minhas dúvidas se é preciso assinar um papel para se dizer que gosta de alguém. Não quero. Não é para mim.
"Claro que já fiquei com anônimos. E o que me chama a atenção em um homem é ele ser moreno. Gosto de mulatos ou negros. E altos."
Você ainda não chegou lá, mas já diz por aí que tem 50 anos. Não se preocupa com a menopausa?
X: Cinquenta anos é meio século, né (risos)? Mas eu não aguento mais ficar menstruada. Ela (a menopausa) ainda não chegou. Eu sofro com menstruação desde muito nova. Fico pensando: quando é que vai chegar a menopausa (risos)? Mas só vou me preocupar com o fato quando ela chegar. Ao contrário da maioria, nessa época eu fico muito calminha. Se estou meio no cantinho, as pessoas já dizem: “Ela está menstruada”.
Marieta Ferraz, Campinas (SP)
Por que usa tantas roupas de mangas compridas?
Rodrigo Graciano, São Paulo (SP)
X: Eu acho que a roupa de inverno é mais elegante. E não acho que sou uma pessoa que tenha um corpão para ficar mostrando. Não me sinto bem com coisas apertadas. Por mais que pessoas que trabalhem comigo digam que eu deveria usar umas calças de periguete, eu não vou me sentir bem (risos). E tem as botas, que são minha paixão! Já fizeram muito bullying comigo por causa das minhas botas (risos)! Quando eu cheguei ao Rio, ficavam me perguntando “como você usa bota neste calor?”. Ia para a praia de biquíni e bota de caubói. E minha mãe: “Não é possível que você vá de bota à praia!”. Um dia, fizeram eu tirar a bota e pôr um chinelo. E caí com o chinelo!
Sou gordinho e me encheram muito na escola por causa disso. Você teve apelidos na época da escola?
Bruno Soares, São Paulo (SP)
X: Muitos... quais você quer saber, Bruno (risos)? Eu era baliza do colégio. Precisava de bolsa e, para ganhar a meia bolsa, tinha que tirar notas boas e ainda fazer algum esporte. E, se eu conseguisse medalha para o colégio nos jogos da primavera, por exemplo, ganhava a bolsa inteira. Então, me matava de fazer coisas. Fazia ginástica, basquete, handebol, balé clássico, jazz. Então, com 13 anos, tinha 1,74 metro e a perna era muito fina! Quando a banda tocava e eu fazia a baliza ou me aquecia, eles cantavam assim: “Parecem dois palitos enfiados no sabugo”. Me chamavam de Mortícia, pois eu tinha um cabelo grande, escorrido, só que loiro. E sempre tive esses dentões grandes, muita sarda. Eu me lembro que gostava muito de subir em árvore. Às vezes, eu pegava as pessoas falando debaixo da árvore e o papo dos meninos era sobre as meninas mais bonitas do colégio. E eu nunca estava no papo. Era assim: “Fulana é gostosinha, essa eu quero ficar”. Falavam o nome de todo mundo. E nunca falavam de mim! Até que um dia um garoto perguntou: “E a Xuxa?”. E o outro: “A Xuxa? Caraca, com aqueles dentões, toda sardenta, aquele cabelo de espiga de millho...”. Eu não me contive! Estava em cima de uma goiabeira e joguei uma pedra nele (risos)! Era do interior, com sotaque de Santa Rosa. As pessoas me cercavam e esperavam eu falar, só para tirar sarro do meu sotaque. Eu era o bullying em pessoa! Por isso eu gostava mais de ficar com os vira-latas, passarinhos, lagartixas, formigas. Então, tinha bichos e amigos imaginários. Era muito melhor do que ter pessoas por perto.
Namorava muito na adolescência?
Cleide dos Anjos, Cotia (SP)
X: Nada! Quando ia ao baile, ia com minha mãe. E eu usava esses lugares meio que para aeróbica! Dançava tanto que suava! Na adolescência, era longe de ser a menina que eles achavam bonita. Então, por causa disso, não fui muito de namorar. Com 11 anos, eu pensava que se beijasse ficava grávida. Aos 12 anos, eu quis saber o que era. Tinha o Dunga, de Bento Ribeiro (subúrbio do Rio), o menino de que eu gostava. A gente beijava só de encostar a boca. Mas fui querer aprender o beijo com um outro menino e, quando ele botou a língua, acabei vomitando. E eu não gostava dele, né? Ele era loiro e de olho claro e eu não queria saber. Gostava de um neguinho! Só de 12 para 13 anos é que dei meu primeiro beijo de verdade, com o Dunga, o meu neguinho. Ele me ensinou. E não foi fácil. Nem ele sabia direito!
X: Nada! Quando ia ao baile, ia com minha mãe. E eu usava esses lugares meio que para aeróbica! Dançava tanto que suava! Na adolescência, era longe de ser a menina que eles achavam bonita. Então, por causa disso, não fui muito de namorar. Com 11 anos, eu pensava que se beijasse ficava grávida. Aos 12 anos, eu quis saber o que era. Tinha o Dunga, de Bento Ribeiro (subúrbio do Rio), o menino de que eu gostava. A gente beijava só de encostar a boca. Mas fui querer aprender o beijo com um outro menino e, quando ele botou a língua, acabei vomitando. E eu não gostava dele, né? Ele era loiro e de olho claro e eu não queria saber. Gostava de um neguinho! Só de 12 para 13 anos é que dei meu primeiro beijo de verdade, com o Dunga, o meu neguinho. Ele me ensinou. E não foi fácil. Nem ele sabia direito!
Paulo Victor, Goiânia (GO) X:Sempre me perguntam isso. É muito difícil. Chega uma certa fase em que meu cabelo fica muito fraco e fino. Aí, tem que ter sempre cabeleireiros
me acompanhando. E, com cabelo curto, eu levo 15 minutos para me
arrumar. É mais comodidade, é prático. Já fui escrava disso.
Queria ajudar a Fundação Xuxa Meneghel. Como posso fazer?
Margarete Foroni, Campo Grande (RJ)
X: A gente tem um site (http://www.fundacaoxuxameneghel.org.br/) em que a pessoa pode entrar e ver como ajudar. Dá para apadrinhar uma criança, por exemplo. Mas, se não tiver possibilidade, tem outra opção de dar 1 real, 10 reais, direto para a conta da fundação. São 350 crianças. Sempre pagava todas as contas sozinha. Mas agora decidi que poderia pedir ajuda para pessoas como você, Margarete, que se propõe a fazer isso, de coração. As pessoas têm vontade de ajudar. Mas não queria que as pessoas pudessem pensar que eu estava fazendo isso para aparecer. Minhas crianças e as famílias delas são assistidas. Não admito que venham falar que as crianças de minha fundação são pobrezinhas. Elas são muito felizes!
Quando a Sasha nasceu, muita gente disse que ela iria viver num mundo cor-de-rosa, mas hoje ela parece ser uma menina muito pé no chão. Quem é mais madura, você ou ela?
Joana Figueira, São Paulo (SP)
X: Com certeza, Sasha é a mais madura da relação. Ela me dá aulas. Ela nasceu pronta. As pessoas pensaram isso no começo, pois é óbvio que eu mimaria minha filha! Eu mimo o filho dos outros, não mimaria a minha? Ela não é deslumbrada, não é patricinha, não é metida. E poderia. Por tudo o que eu estraguei! É a índole dela. E o fato de eu usar muito a verdade com ela. Desde muito pequena. Nunca a tratei de um jeito tatibitati, como nunca fiz isso com os filhos dos outros. Como toda criança, eu acho que ela tem que ser respeitada. É raro eu dizer não para ela. A vida já diz tanto não! Tanto que, quando eu digo não, ela sabe que é algo sério, nem me questiona. Já é tudo tão difícil! Escola é difícil, os primeiros relacionamentos, a gente sofre pra caramba. Por que eu seria mais uma pedra no caminho dela? E ela sabe o limite dela! Pelo fato de eu conversar e explicar tudo, ela conhece bem os limites.
X: Com certeza, Sasha é a mais madura da relação. Ela me dá aulas. Ela nasceu pronta. As pessoas pensaram isso no começo, pois é óbvio que eu mimaria minha filha! Eu mimo o filho dos outros, não mimaria a minha? Ela não é deslumbrada, não é patricinha, não é metida. E poderia. Por tudo o que eu estraguei! É a índole dela. E o fato de eu usar muito a verdade com ela. Desde muito pequena. Nunca a tratei de um jeito tatibitati, como nunca fiz isso com os filhos dos outros. Como toda criança, eu acho que ela tem que ser respeitada. É raro eu dizer não para ela. A vida já diz tanto não! Tanto que, quando eu digo não, ela sabe que é algo sério, nem me questiona. Já é tudo tão difícil! Escola é difícil, os primeiros relacionamentos, a gente sofre pra caramba. Por que eu seria mais uma pedra no caminho dela? E ela sabe o limite dela! Pelo fato de eu conversar e explicar tudo, ela conhece bem os limites.
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