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XUCHÁ

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A HISTÓRIA VITORIOSA DO XOU DA XUXA

24 anos de um tremendo xuxexo!


"Bom dia amiguinhos já estou aqui...”. Era assim que Xuxa Meneghel surgia nas manhãs de segunda a sábado à frente do inesquecível “Xou da Xuxa”. De saia de couro e bota de cano alto, a apresentadora comandou, durante seis anos, uma verdadeira avalanche de luzes e cores, que ao som de “Doce Mel”, hipnotizou toda uma geração de crianças.
O programa estreou há exatos 24 anos, no dia 30 de junho de 1986, ocupando o horário do programa da turma do “Balão Mágico”. A gaúcha de Santa Rosa chegou à emissora carioca com a missão de recuperar a programação infantil, que andava em baixa. Contratada por Boni (vice-presidente da Rede Globo na época), a loira - que comandava o “Clube da Criança” na Rede Manchete - fez uma única exigência: que a atração levasse seu nome. Nascia o “Xou da Xuxa”, que sob a direção de Paulo Netto e produzido por Marlene Mattos, logo se tornou campeão de audiência e mudou a vida da apresentadora para sempre. “O grande mérito do programa foi ter transformado ela em ídolo nacional”, contou a jornalista Patrícia Kogut ao Famosidades.


O cenário da atração, assinado por Maurício de Sousa - autor da Turma da Mônica - e Reinaldo Waisman, era uma miscelânea de parque de diversões e reino da fantasia. No palco, alternavam-se atrações musicais, brincadeiras, números circenses e, entre um bloco e outro, desenhos animados que fizeram história como “Smurfs”, "Thundercats”, “Caverna do Dragão”, "He-man" e “She-ra”. Com essa fórmula mágica, a ex-modelo conquistou o Brasil, e o público que a idolatrava lhe coroou como a “Rainha dos Baixinhos”, transformando Xuxa em uma vitrine viva para moda e costumes entre seus “baixinhos”. Sua influência era tamanha que os prendedores que usava no cabelo – antes chamados de “maria-chiquinha” - foram renomeados como “xuxinha”, sendo chamados assim até hoje.


Para resistir a tantas horas por dia no ar, Xuxa contava com um verdadeiro exército no programa. Personagens como Dengue, Praga, Irmãs Metralhas e Moderninho foram imortalizados na galeria dos personagens infantis. Mas nada se compara ao frenesi criado em torno das Paquitas (ajudantes de palco da apresentadora). Fazer parte do seleto grupo era o sonho de 9 entre 10 meninas da época.
Eu tive sorte de participar de sonho desde o começo”, contou Andréia Faria (ou Xiquita Sorvetão, como era chamada na época), que foi convidada por Marlene Mattos para ocupar uma das vagas. “Eles estavam procurando alguém para a ajudar a Andréia Veiga [primeira paquita]. Pegaram meu contato em uma agência de modelos, fiz uma entrevista e passei”, recordou ela, que tinha 12 anos quando vestiu a roupa de soldadinho pela primeira vez. “Foi uma época muito prazerosa. Eu vivi isso tão intensamente que não ficou espaço para saudade. Ficaram lindas recordações”, afirmou. Do tempo ao lado da apresentadora ficou a lição ensinada todos os dias no ar: “Querer, poder e conseguir. Carrego essas palavras comigo até hoje”. [...]


Foi essa luz que levou Sheron Menezes às lágrimas, quando ela participou de uma gravação recente com Xuxa. A morena, vice-campeã da “Dança dos Famosos” deste ano, pediu à produção para ser apresentada à loira antes de gravar com ela, para não dar vexame. Não adiantou. “Quando ela me chamou meu olhos encheram d'água. Eu voltei no tempo, foi uma coisa tão especial. Um sentimento tão bom”, definiu a atriz. “Foi a realização de um sonho de menina. Não tinha como controlar”, contou.
Sucesso de público, o “Xou da Xuxa” sofreu com as críticas feita por intelectuais que afirmavam que o programa mostrava as crianças um mundo muito distante do real, alienante, que despertava a sexualidade precoce das crianças por conta dos figurinos usados por Xuxa, entre outras coisas. Mas para aqueles que cresceram assistindo ao programa, existem outros tipos de lembrança. “Quando eu lembro do 'Xou da Xuxa' eu lembro da minha infância, de coisas boas, sinto o gosto da inocência. Que saudade daquele tempo”, suspirou a ex-BBB Lia Khey.


O sucesso do programa ultrapassou as fronteiras e ganhou versões e várias partes do mundo. Xuxa conquistou a América Latina com a mesma facilidade com que cativou os seus baixinhos brasileiros, provando que não havia limites para o seu carisma e o seu talento.
Seu maior desafio, no entando, foi o programa "Xuxa", gravado em inglês, nos EUA e distribuído para vários cantos do planeta. Nem a dificuldade com o idioma (que, então, não dominava) foi problema para que Xuxa mostrasse ao público norte-americano seu poder de comunicação com as crianças.


O último “Xou da Xuxa” foi ao ar no dia 31 de dezembro de 1992. Nele, foi feita uma retrospectiva da carreira da apresentadora. O ponto mais marcante do programa foi quando seu pai, Luis Meneghel, entrou no palco, pedindo seu perdão. A loira não falava com o pai havia cinco anos. Muito emocionada, ela não retribuiu seu abraço e ele saiu do palco, sem ao menos ganhar um olhar da filha.
Com todo o elenco reunido, Xuxa se despediu do público cantando uma música composta especialmente para a ocasião, que dizia: “Quero que o meu coração não embargue a minha voz e que as minhas mãos não tremam ao me despedir. Com vocês eu deixo um sonho que é de doce, doce mel. Sobreviveremos a este mundo cruel”.


A atração, cancelada no auge do seu sucesso, deixou milhares de "órfãos" que sentem falta até hoje do contato diário com a “Rainha”, em sua melhor forma. “Bem que podia reprisar algumas edições naquele canal novo da TV a cabo [Viva]. Olha que máximo”, torce Andréia Faria.
E nós também, claro! ;-)

CRÉDITOS: A NAVE DA XUXA

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